"Se quiser que algo seja dito, chame um homem. Se quiser que algo seja feito, chame uma mulher." - Margareth Tatcher.
A frase citada exemplifica de forma clara o que vem ocorrendo em nossa sociedade. Diariamente, avistamos mais mulheres dirigindo veículos, lutando por seus direitos e reinvindicando autonomia sobre suas decisões. A mulher contemporânea abandonou claramente as restrições do campo doméstico e, a cada dia, torna-se mais essencial para a sociedade. A esfera feminina compreendeu que além das janelas de sua cozinha existe uma sociedade e, mais do que nunca, a sociedade passou a compreender quão essencial é a participação feminina.
Apesar da sua grande imersão na esfera política, econômica , ideológica ou social a mulher ainda continua vivendo algumas disparidades. Ao mesmo tempo em que algumas conquistaram grande prestígio social, outras continuam sofrendo com a violência doméstica. Além disso ,a banalização moral, o assédio e os casos de violência sexual ainda são bem evidentes em diversas partes do país, em que mulheres são submetidas a abusos análogos ao tempo em que muitas inocentes eram mortas em fogueiras ou como em um Brasil não muito distante do atual, em que muitas eram submetidas a casamentos forçados e tratadas como moedas de troca de bens e riquezas.
Vale ressaltar que tradições patriarcais cristalizadas , que sempre trataram a mulher como o segundo sexo, transformaram-se hoje em esteriótipos que denunciam o preconceito à mulher através de baixos salários ou da valorização do trabalho manual feminino que impede que muitas comandem empresas, administrem seus próprios negócios ou gerenciem as atividades tradicionalmente realizadas pelos homens.
É necessário compreendermos que diferente de como ocorria na Idade Média, a mulher tem o direito de decisão e possui, como cidadã, direito de igualdade. Práticas como a mutilação genital feminina, o estupro e o apedrejamento, apesar de abomináveis, ainda hoje, continuam ocorrendo. É importante que não generalizemos o fato de que se algumas mulheres conquistaram seus direitos, ocorreu um avanço generalizado de todas as mulheres. Faz-se essencial que não admiremos o fato de que as americanas ou europeias são amplamente atuantes e contribuintes na sociedade , enquanto ao redor do mundo muitas mulheres ainda são transformadas em escravas sexuais ou são vendidas aos 12 anos de idade a famílias que as submetem a trabalhos análogos a escravidão.
Uma alternativa eficaz a emancipação femina começa com hospitais que ofereçam partos de qualidade, exames de rotina eficazes e disponibilidade de tratamentos ao câncer de mama, que afeta uma quantidade expressiva de mulheres que não possuem acesso a tratamentos básicos por ineficácia de políticas públicas. Além disso, é primordial que salários não sejam diferenciador por gênero, mas por capacitação profissional, fazendo com que as horas a mais que muitas mulheres passam em salas de aula não sejam desqualificadas apenas por serem mulheres. Vale ressaltar que não se trata de expor feminismos ou o levante de bandeira por uma causa. Exigir o respeito à mulher significa a mais nobre demonstração de respeito e solidariedade a diversas mulheres que são vítimas diárias de um machismo que é capaz de violentar, humilhar e até mesmo matar em decorrência de uma ideologia repassada de geração em geração de que o segundo sexo pode ser dominado, manipulado e humilhado sem que punições eficazes sejam, de fato, realizadas.